Tava andando pelo mundo
o poeta me chamou
disse que já vinha vindo
veio mostrar o seu valor
suas palavras alumiam
os caminhos onde eu vou
Chora poeta! Chora poeta!
Minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá
fui no pé da laranjeira
na sombra fui refrescar
flor de rosa tanto cheira
eu também quero cheirar
Chora poeta! Chora poeta!
Na escolha de um caminho
todo atalho é sedução
venha cá Mestre Poloca
no olho do furacão
duas coisas nesse mundo
aperreia o cidadão
Chora poeta! Chora poeta!
Lá no pé da ribanceira
quebra galho bate vento
tempestade come solta
cavalo vai mata adentro
água forte lava a terra
e na serra morre o vento
Chora poeta! Chora poeta!
Trem de ferro come lenha
tá com pressa de chegar
passa pasto passa poste
passa rio passa preá
passa galho de ingazeira
ai que vontade de cantar!
Chora poeta! Chora poeta!
Menina diga seu nome
que eu também lhe digo o meu
o meu nome é água limpa
que o galo já bebeu
já cantou na meia noite
meu benzinho adormeceu
Chora poeta! Chora poeta!