Sinto um movimento ou tremor
sinto na Terra um desalento sem rancor
São pêras caídas, vazando na calçada…
Desde que a terra existe, desde que a guerra é gente
Sinto um despedaçar eterno
Pétalas forrando rodas de engrenagens
Perfumes lubrificando armas
Grãos misturados na argamassa
Ao mesmo tempo
Sinto a presença contínua do olhar de um vigilante
Por que mantém sua tranquilidade?
Ciência profunda? Conhecimentos que justificam? Complacência transcendental?
Sua quietude e sua prontidão parecem incongruentes...
Olhar enganchado na roda do tempo
Desperto
Decerto é nele que encontro minha bravura
Luta incansável e oblíqua do viver
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