para falar a verdade

pra falar a verdade
não sei se sim
e nem se não

só sei enfim
que o meu sentir
é um caminho antigo
que se faz presente
na compreensão

ciência

Dai-me ciência
para poder escutar a voz do coração
obediência às razões que ali encontrar

sinto um sincero desejo de alinhamento
e gostaria de escolher o caminho
pelo qual iremos trilhar

sua mão é quente
por vezes firme
em outras tantas é trêmula
a minha também

mas não façamos do questionar
uma mentira
façamos do sentir
uma certeza

amor

quem é você?

quem é você?
que me preenche o peito
abraçando o cantar do galo
e dando as mãos com o levantar do sol

onde você mora?
que pacifica a onda suave
da casa tediosa
no frescor da noite
de um dia quente de verão

com que você se diverte?
trazendo risos
onde não há razão
roubando beijos
onde não havia paixão

que idioma você fala?
a voz rouca das palavras do vento
ou da linguagem das samambaias
o olhar dos cactos
e das gramíneas

em quais águas você se banha?
conservando a pureza
de quem apenas nasce
cheirando a flores
que desabrocham

onde você se deita?
em qual cama
em qual cidade
em um movimento ameno
de lençóis
e travesseiros brancos
em plumas
renasço

ouvidos à paciência

dar ouvidos à paciência
dar olhos à beleza
dedicar neurônios à inteligência
e pernas à persistência

estômago para digerir os maus pensamentos
e fígado para as mágoas
dar intestino para os medos
e coração para as escolhas

doar sangue para a comunidade
e trazer células brancas e vermelhas
para dentro do plasma

os pelos protegem da insegurança
os dentes brilham na confiança
cabelos encantam, enlaçam

pulmão para a vida
ossos para a resistência
ombros à soberania
espinha para o superior

guarnição às unhas
pôr pele nos espaços que se ocupa
ganhando corpo

dar alegria ao espírito
para subir cada dia mais
e purificar nossa compreensão

liberação dos karmas

ah se vc soubesse
como leve a gente fica
virava veggan também
e curtia mais a vida

o fio do coração

o fio
do coração

uma pista
encontrada na cena
do crime
da mansão

um rastro na floresta
a trilha esquecida
na vastidão

o ramo
de louro, ouro
para quem tem o fio na mão

a graça
o interesse
a colheita
o mistério

o fio
que se desenrola
é da cor
que se desenha
numa bela canção

com fuso

ando confuso

disseste que vinha mas não vens
enviaste meu chamado pro além?

silêncios não dizem nada
meu bem

mais vale um passarinho vivo na encolha
que dez rouxinóis de mentira
cantando bem

sendo eu

sendo eu
sou assim
numa volta e meia
quando estou acabando de sair
dou por mim

quem não gosta
não gosta
não é por eu ser bom
e nem por eu ser ruim

seja como tiver que ser

como tem que ser
para o bem
para o amor
para a felicidade
para o perdão
para a paz entre os homens e as mulheres
para a realização

seja como tiver que ser
o funcionamento
o processo
o começo
a finalização

tenha aquilo que tiver que ter
abundância, qualidade
escassez ou rarefação

dando espaço ao fluir dos outros
ao ar da vida
divulgando o circular do conhecimento
trazendo a simpatia
na palavra
na menção

que seja
como Deus quer
que escolhas
tem que ser feitas
em seu nome em nossa mão

calminhar

calminhar
é um passo atrás do outro
é chegar ao pote de ouro
a cada dia e a cada hora

é saborear o mel do momento
doce néctar do perfume do tempo

caraminhar
encarando cada desafio com força e dedicação
com empenho e esmero
ter foco para olhar de frente
ter coragem para ser honesto
e ver o que tem que ser visto

escaraminhar
caramujo de ouro
lambendo as superfícies da vida
olhando atento a cada vitória
levando em conta cada derrota

amor
casa
leva o amor em sua casa
aquele que tem virtude

que zela pelo cuidado
contínuo e constante
terno
amigo

quem nos dá forças para ser nós mesmos

bailarina menina
cada dia mais fina
ela caminha

dando voltas no cascalho
sua voz vem cristalina
cruza o alto da montanha
caminhando sobre a linha
nas terras da Conchinchina

seja o vácuo do universo
seja a água da piscina
ela vai vencendo o peso
dando volta cada dia
eu não sei se é gosto seu
ou se é causa de uma sina, imagina

assim longe fascina

golondrina londrina

golondrina
londrina
galanteio menina

me olha assim de soslaio
que sina!

não se esqueça meu bem
meu olho é pouco
poesia fina

a cura
a verdade

me ensina?

aonde foi se amarrar
minha canção?
onde pois que levo a vida toda
revitalizando o coração

Tempo

Tempo que rói as ondas
que come as praças e as traças

que cresce as plantas e desabrocha as flores

Tempo que dá à luz aos rebentos
que traz vida aos amores

Tempo que a tudo governa

que faz o tronco ganhar corpo
que faz seus virarem olhos estrelas

Tempo que traz as tempestades e turbulências
que traz a paz e a calmaria

vez de quem perdeu a esperança
brilho no olho da criança

vento que estremece as folhas

relance, trovão, hospedagem
mar agitado, casa de paz

Sagrada espiral da vida

que guarda a memória nas águas de nossas experiências

Tempo amigo, verdadeiro, variante

maré da virada
dessa nau (in)constante

Tempo, rico tempo
que traz a hora certa
de agir e de ser

que traz inconteste a descoberta do viver

Se é para o bem

que venha
que seja
que cresça
que creia
que encontre
que veja
que reja
que ganhe
que sinta
que chore
que ria
que chame
que louve
que ore
que sofra
que tenha
que diga
que ande
que viva
que valha
que ouça
que mostre
que dê
que ganhe
que espere
que honre
que queira
que ame

se não é
que vá embora
que já é hora

superman

eu não preciso ser o superman
para virar um homem

não preciso dar mais de cem
para furar o himen

Eu não preciso ser o He-Man
para eu ser do bem

não venho das planícies de Plutão
não venho ser glutão

de um grito anglosaxão
não quero ser senão
o canto e riso
de quatro moleques belos
em união

de um vasto jardim imperial
eu quero ser o chão

brilhar no sol como metal
mas quero ser perdão

quero o brado simples do Ipiranga
quero esse pendão

mas quero sapos simples
coachando lá no ribeirão

se é pra ser fundamental
eu quero ser o pão

um olhar

um olhar
nutre

uma luz
que aquece
o ser

o coração que bate
a mão que cria
o fazer

de um coração que pulsa
passa o sangue
em outro

cria-se assim a vida
o ermo saber
é secreto

aventura
cura
flecha no tronco da árvore

seu olhar
cada poesia
um trilho
uma rua de flores
ou desertos
onde há paz?
onde há sede?
onde está a casa de nosso pai?
onde reside a acolhida da nossa mãe?

para dentro de si
o mistério prossegue
vivo
e quente
nas verdades que inexistem
nas mentiras que fogem
do cerne real
da questão

um olhar
casa do amor
do amor que sinto sentir
mas não sei
se sou eu
se é você
se é certo ou ilusão

se somos um
ou imensidão

Onde foi?

Onde foi que ficou
atrapado meu coração?
onde foi?

No pé de uma amoreira
no meio das frutas
amassadas e pisoteadas

Onde foi?
Onde ficou
enganchado meu coração?

Foi no espinho de uma
roseira vermelha
ou no veludo de uma
violeta branca

Onde ficou?
Onde ficou só o meu coração?

Foi na terra batida
de um caminho
que não voltei a pisar

Foi lá
Foi lá com certeza que ficou
meu coração esquecido
atrasado sou eu
ele bate no ritmo da vida

como ser grande

como ser dono
de si
sendo tao grande

houve que se reinventar
um novo começo ao que já navegava no
mar
úmido grito que foi bravejado
saindo da boca de um velho pirata

foi indo até o mais recôndito fim de mim
que te encontro

nessa flutuação equilibrada
entre o tempero de conhecer e não-conhecer
que nos vemos

indo ainda além de nós
e encontrando e contando
o que de mais que nós existe
no universo

Indo além de onde antes pisado tinha
Um apito me chamou a atenção
Uma glória de vento trazida pelo amor que sinto pelas coisas

você II

Seus olhos você
sua boca você
seu jeito
você
assim de todo jeito

sem jeito você
de pé, sentada, de costas você
sua cara, seu pescoço você
suas palavras vocês
voando na imensidão da sala

você engraçada
dando fala a sua voz
de seu tom
você expressa o seu ser
com alegria você
traz o dia
em você

foi um marco
gostoso conhecer você
é em março que vou
receber você?

você

você
inevitável você
inescrutável você
irreparável você

você bela você feia
você cheia de caras e bocas
cheia de si, você

você fala e acontece
você olha e já sabe
você mal começa a andar
e já chega

você
com cara de sapeca
com cara de brava
com cara de você

você sem meias ideias
sem meias palavras você

sem vergonha
sem graça
sem escrúpulos você

você
pessoa de conversar
amiga de se confiar
braço forte de se segurar
riso solto de se acabar
você

você cheia de si você
você
tinha que ser você mesmo

ao mestre

compreensão
que vem de fora e encontra eco dentro

é como se eu já soubesse tudo o que dizes
mas tivesse esquecido

suas palavras são como o ar
pois movimentam minha emoção
trazem luz
trazem calor
trazem sensações
que ainda não consigo a fundo entender

mas sei que você é único
e que suas palavras vem do alto
de outros níveis de compreensão

agradeço por me lembrar que não sou só
que somos muitos espíritos enfrentando os karmas
desse mundo de ilusão

Deus ilumine nossos passos
Deus ilumine nossas estradas
Nos guarde as entradas e as saídas
Dê a nosso povo a compreensão

Sou todo teu
Ó mistério do universo
Doo me a ti em busca de compreensão

Quero saber qual é o fundo do conhecimento
Desenredar-me dessa trama
de dor e repetição

Que sejam feitas suas palavras
Que seja nossa a vossa mão
Nos dê saúde
E guarnição

Amém

coracao teu

cor azul são
carta ouro mão
corda ou timão
corpo aço criação

cruz de meu peito
onde há amor
rouba o
ar do
caminho
aonde há
olhar e há paixão

conselho de ancião

quero conselhos de ancião
que possam
clarear os meus passos

quero ouvir essa voz interna
que é a dos antes passados que vivem em mim

quero essa sabedoria da natureza
esse dom que não tem rosto
nem pele
tem escamas
cascas escuras
e cheias de musgo

quero essa voz quieta
das palavras mais caladas
do mistério que alimenta
a seiva da vida em seu pulsar

quero antes minha bela
dar-te um beijo enamorado
que o gozo da vida em terra
alimenta o espírito
e em paz
volto a caminhar

minha senhora

Minha senhora, eu estou apaixonado

Minha senhora, quero ser seu namorado

Minha senhora, eu estou apaixonado

Minha senhora, quero ser seu namorado

Quero sair por aí e andar despreocupado

E falar do meu amor sem futuro, sem passado

O que eu sinto não tem tempo,

Nem registro, nem idade

Mas tem tudo que é preciso para dar felicidade

Minha senhora, eu estou apaixonado

Minha senhora, quero ser seu namorado

Minha senhora, eu estou apaixonado

Minha senhora, quero ser seu namorado

Juro que não sou culpado de nascer pouco depois

Mas recuperar o tempo é problema de nós dois

Devo ter me demorado no meu tempo lá no espaço

O que eu ainda não sei vou saber no seu abraço

Minha senhora eu estou apaixonado

Minha senhora quero ser seu namorado 

Minha senhora eu estou apaixonado

Minha senhora quero ser seu namorado

Por favor me leve a sério, o que eu sinto é verdadeiro

Eu estou apaixonado e é o meu amor primeiro

Se a felicidade existe acho que encontrei agora

Vamos sair por aí, meu amor, minha senhora

arábia

uma noite
em que me meti na água
saí doutro lado
do poço fundo da matéria
lá fundo azul
só eu
e amigos
caminhando pela inexplicável natureza
força indomável
de beleza

encontramos artefatos
ouro
pedras
prata
rubi
ouro preto
cantigas antigas
dançarinas
lamparinas
sentidos na pele do espírito
retornamos
em pele de leão
mas na pele da matéria

agora
há apenas uma vasta memória
nevoada
distante e misteriosa

que comunica coisas de dentro
verdades de dentro
quando dá por ser
quando quer
beleza indomável
cavalo selvagem
do vento e da corrida
da matéria e da energia
do fogo do olhar
e das pedras
do poço fundo da natureza

medinho

medinho besta, medo bobo, sem graça

medo de nada acontecer
de desaparecer
de tudo dar errado
de não ser

medo
sem escrúpulos
é o medo de dar certo

medo
meio do caminho do acordar dentro
meio do caminho do sonhar
no meio do muro
em cima da posição
sem tomar rédeas
e nem condução

sentir medo é o primeiro passo
para deixar o medo para trás
em nossa ação

visita feliz

foste bem-vindo

amigo de longe

vieste em hora agitada

mas não vais sem deixar seu nome

um abraço forte em seu peito

que em meu hás de ficar

pedido

abranda o teu significado pai
traz doçura aos gestos da vida
traz brilho dourado ao pão de cada dia

traz dissonâncias belas
ao sabor das teclas de meu computador
das massas do padeiro
à mão atenta do educador

traz amor
ao despertar dos talentos
traz talento
ao despertar dos dormidos
traz paz
aos pesadelos de acordar
que os olhos fechados acreditam ainda existir

traz matéria ao sonho
traz sonho ao real
traz cores e contornos
ao meio-fio, ao asfalto e à sarjeta
cama dos que se refutam a condizer
e de outros
não tão conscientes disso

traz valor de inovação à consciência
traz valor de ética ao tesão
traz valor de paixão à profissão

brasíu

alguém
brazíu
roubou o sono dos que dormiam
amortecidos em suas crenças
agora já não há mais fronteiras
onde há luz, há razão

Teu olhar

me traz paz
esperança
em suas mãos
meu coração se trança

me faz voar
num salto raro
que lembra o passo
de uma velha dança

me lembra algo
que tem olhos de criança
que tem perna e não se cansa
que tem desejo
e que, de leve, avança

o espaço humano

o espaço humano
correlato
compartido
ilusório
abençoado

duas pessoas
podem cometer verdade
ao enganarem-se juntas?

ficam os vivos

passa a vida
ficam os rios

passa limpa a grandiosa vida
ficam os filhos

passa a vida ficam os vivos

nesta terra
gira o globo
no céu divino
quem aprende
vive sempre
quem esquece
perde o trilho
passa a vida ficam os vivos

foi na chance da chamada
foi na hora de um ensino

quem viu bem
caiu n'água
quem ficou
a ver navios
passa a vida ficam os vivos

o amor é fruta doce
mas lá dentro tem espinho
passa a onda, passa a vida
ficam os olhos, ficam os vivos

foi em teus lábios morena
que meus olhos viram filhos
passa a vida, passa o sangue
passa a corda, ficam os vivos

quantas dúzias de alunos?
quantas pencas de seres vivos?
para ouvir uma lição
que cabe num estribilho?

passa a vida, a canção
fica o doce, ficam os vivos

poema III

foi numa vasta noite
de campos esquecidos
que larguei o meu amor por você

foi num campo largo
de frutos já colhidos
que eu abandonei, sem memória

o amor que tinha tido

te despir em beijos

poema II

fiz de meus dedos
uma canção para ti
de meus dedos sangue
amor e ossos
compus em partes

para te servir

poema I

cai a noite
empoça-se a vela sobre a cômoda
como um véu de ondas rubras
teu olhar me faz lembrar

chuva

chuá
cai a chuva no telhado
chuá chuá chuá

eu não quero me molhar
quero a água na janela para eu poder olhar

chuva chuva
cai a chuva no telhado
pingo d'água molha a telha
telha molha
que é para eu não me molhar

pingo pingo
pingo d'água
molha chuva
molha a água na janela
que é para eu não me molhar

chuva é mole chuva molha
molha o chão lá da varanda
e não venha viu goteira?
não venha me molestar

chuá chuá
chuá chuá
chuva molha a cabeça do menino
molha a perna da menina
que é para a gente dar risada

chuva fina chuva doce
que veio para nos acompanhar

ao poeta

se essas teclas leves cantar puderam
os versos secos que o sertão lhe trouxe
certo memória foi que veio a elas
em meio ao canto triste que se impôs

se nas veredas de um grande poço hoje me encontro
em meio à pedras e à dureza antes fui posto
poeta, onde andarão os versos que já não cantas?
senão nas palavras roucas dos que lhe encontram

sua versão traz a duras penas os contornos
dos ossos finos que a custo enfim sustentam
a carne pouca que se afugenta e traga
a terra branda que há entre as pedras

olho no olho

olho
olho olho
olhoolhoolhoolho

olha o olho
o óleo no molho
olho o olho no olho
no molho
olho

olho

aceitar e agradecer

tudo o que é bom na vida
vem da aceitação
e do agradecimento

vem da compreensão
que não somos donos de ninguém
que as coisas que porventura tenhamos
são por enquanto

por enquanto tenho
amanhã não sei
sede é bom
porque conheço
que logo saciarei

escolhas e direções

fazer a vida como quem pinta um quadro
como quem escolhe uma cor
como quem define uma textura
ou bem
como quem esculpe o amor
como quem cozinha a paz

quem leva vida como um motorista
é mestre do ciúmes
do medo
e da luxúria

é corajoso com a camisa que se veste
com o nome que se leva

ser da vida é fazer dela a nossa via una
como quem procura o caminho certo com sagacidade e esmero

dirigir a nossa vida é digerir o nosso passado
nossos erros de caminho
nossas escolhas de passagem
é dar perdão a nós mesmos
por perder de vista a direção da que um dia nos afastamos

ser da vida é ser nós mesmos
ser paciente com nossas famílias e com nossos amigos

é não nos esquecer da mensagem
mesmo em meio a uma grande tempestade
é ser humano
mesmo em meio hostil

para se fazer escolhas é preciso fazer amigos
pois são eles que nos abrem o caminho da elevação
a afeição do Ser divino
ela é nossa salvação

saudades

saudades:
curvar-se diante de um amor
que se tem
longe

só, com a calma

só com a calma é possível ver mais adiante
por cima das copas das árvores e da fumaça que cobre a cidade

só, com mais calma
caminharemos eu e tu sem desvios
porque nossos caminhos convergem
e é nessa direção que podemos estar juntos

só com a alma
no silêncio do amor ao próximo que está próximo
e não no do próximo que queremos agradar

sei, há um longo trajeto
e somos permitidos só o que precisamos para evoluir

Com a confiança no Divino Mestre
Com o amor do meu Pai e da minha Mãe
e com o que nós pudermos fazer
com certeza chegaremos

compreensão

pelo que podemos ser mais gratos
nessa vida
que pela compreensão?

é por ela que transitamos do sofrimento
para a alegria
da dor
para a felicidade

é por meio dela
e unicamente por ela

estar aberto a aprender é estar aberto a abrir mão das ignorâncias

a abrir mão do que nos atrapalha
do que nos engana

ser escravo de um sentimento

é ser tormenta sem contenção
é ser um caramujo sem casa
é ser um ovo sem casca

é precisar do futuro presente
ou do passado agora
é correr atrás da bicicleta
sem corrente

é chorar sem alívio
é esquecer de um parente
é dar as costas sem voltar

ser escravo
não é ser
não é um ente
assim apenas uma função
dependente

se o contingente fere
o referido é pungente
e recorre partido
escorrido
vaza
escondido
pela escuridão da gente

sentir

sentir
jogo intempestivo do destino
fonte do crer e do não crer
uma tormenta que aplaca o mar do coração dos homens

sentir
o valor múltiplo
o machado que corta para os dois lados
a ideologia irredutível que só vale o que pesa
ou o que vale

sentir
a chave, ouro, decoração dos mastros
das velas, do fogo e da terra
o preço que se paga por estar vivo

sentir
a emoção é a ideia que não está morta
é a pedra que derrete
o desejo que é possível

sentir
um beijo que não cessa
a verdade que ruge como os trovões e as feras
o instrumento da justiça entre os homens

a paz, o amor, a luz

sensação
nome dado pelos que apenas podemos contemplar-te
distantes e à mercê de seus desejos
navegando errantes no mar de sua sabedoria

sorriso

não é uma coisa que se compra
não é uma coisa que se engana
que se roube
que se morda

expressão da abudância
da generosidade da Terra
na boca de uma pessoa

romã de mel
no ruído interminável da vida
interrupção
ação

doce escada dourada

glória

glória divina
oração
caminhos
exame
atenção

carinho
generosidade
amor

boas vibes para a família
para nossa amizade
benção!

Deus menino

grato pelo amor
pelo alimento
pela canção
pelo sustento
pela defesa
pela menção
pelo prazer
pela visão

pelo agudo do sentido
pela sensação
pela ideia boa no momento oportuno

Deus que me deu
Deus também é menino
Deus que dá a guarnição

para te dizer o que eu sinto
acho que não há palavras
repetir o que já disse
dizer de novo que fui rude
onde o certo era ser eu
nessa nova caminhada espero ser

Se eu quiser falar com Deus

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

poesia de amor realista

Oi
Tudo bem, como vai?
Como você está bonita hoje!
Vamos ao cinema?

poesia de amor platônico

vocêémuitobacanaespecialgostomuitodetinãoseiviversemvocêondeestávocê?nãoseiviversemvocêsemvocênãotemsentidomeajudaaviversemvocê?nãoconsigorespirarsemvocêvocêvocêaahhh!!

O galo cantou no Oriente

O galo cantou no Oriente
            A
Ai, ai, ai, ai
  B7                         E
Surgiu a estrela da guia ai, ai
Anunciando à humanidade
            A
Ai, ai, ai, ai
B7                             E        B7
Que o Menino-Deus nascia ai, ai, ai, ai
                      E
Em uma estrebaria ai, ai
Vite e cinco de Dezembro
            A
Ai, ai, ai, ai
 B7                         E
Não se dorme no colchão ai, ai
Deus-menino fez a cama
            A
Ai, ai, ai, ai
B7                       E       B7
De folhas secas no  chão ai, ai, ai, ai
                       E
Pra nossa salvação ai, ai
Senhora dona da casa
            A
Ai, ai, ai, ai
B7                         E
Oia a chuva no telhado ai, ai
Venha ver o Deus Menino
            A
Ai, ai, ai, ai
B7                         E       B7
Como está todo molhado ai, ai, ai, ai
                                 E
Com os três reis a seu lado, ai, ai
Deus lhe pague a bela oferta
            A
Ai, ai, ai, ai
  B7                       E
E voz deu com alegria, ai, ai
Ao Divino Santo Reis
             A
Ai, ai, ai, ai
                         E        B7
São José Santa Maria ai, ai, ai, ai
                          E
Há de ser vossa guia, ai, ai

(versão pena branca e xavantinho)

confusão

confusão

eita nominho engraçado para isso

com fusão

devia mais é ser chamado

senfusão

jura de amor à coisa que eu sei da onde vem

eu sei seu nome
sei seu bem
sei mais pouco mais além

vou na espera
vou na trilha
conhecendo o caminhar de vista

sentindo o olhar
o calor
a energia

jura de amor à coisa que não sei de onde vem

te dei minha palavra
minha jura
minha mão
sua aura liga-se à minha em comunhão

um dia
futuro desses da vida
na terra ou não
nos ligaremos ao futuro
do cosmos
em linhas de costura
de prótons, elétrons
ou de quarks, tensão

atenção
às múltiplas possiblidades
de estar no espaço
e no tempo
tesão

colares, correntes
ouro, prata, marfim
doces de mel
cores brilhantes, incenso

tudo que há bom nesse mundo
sol

amor, paixão
sem fim
só sentir

direção

ficar quieto

ficar quieto
deixar bater
dar chance ao que não se manifesta

até onde é terapia
até onde é covardia
até onde é o medo que se esconde

olhar para baixo é mutreta
que não se paga
se firmar na luz
se firmar na palavra
no compromisso
na constância

essa terra é terra de ninguém
escreveu e não leu...
vida é rumo de Deus

só com ele
e rumo ao firmamento

Vó Lea!

risada
carinho
simpatia
a vovó é assim

claro, às vezes é carência
cabeça-dura
um poço de preocupação
para si e para os outros

mas eu gosto dela mesmo assim

:)